Modeling
Water Flow in a Watershed
David
Bice
Department
of Geology, Carleton College
January
2001
Traduzido e adaptado para
Vensim
Ricardo Sgrillo - Agosto/2006
(ricardo.sgrillo@terra.com.br)
Compartimentos
Rio
Um compartimento representa a quantidade de água no canal principal e nos afluentes que correm na bacia o ano inteiro. Para simplificar se considera somente o canal principal que, neste caso tem comprimento de 20 km e seção de 5 m2 o que gera 100.000 m3 de água residindo neste compartimento (condição inicial).
Água subterrânea
Outro compartimento representa a água subterrânea armazenada no aqüífero sob a bacia. Em muitos casos o aqüífero se estende alem da bacia, mas no caso presente será considerada a área que é limitada pela bacia e alimenta o fluxo do rio. Vamos considerar um aqüífero com espessura de 20m que, combinado com a porosidade (percentagem de volume de poros por volume total = espaço efetivo que pode ser ocupado pela água) de 10% e área da bacia de 800 km2, gera um volume inicial de 16E8 m3 de água.
Água no solo
Com uma espessura de 2m e porosidade de
10% possui 1.6E8 m3 de capacidade de água. Como condição
inicial se considera que o solo esta com água equivalente a metade
de sua capacidade o que da um volume inicial de 8E7 m3.
Precipitação
A quantidades total de chuva na superfície
da bacia é igual a precipitação pluviometrica multiplicada
pela área da bacia. Se assume que a chuva é uniforme na área.
A unidade usada na loockup é de cm por hora e a chuva é multiplicada
por 0.01 para converter para m/hora.
Infiltração
Quando a água cai na superfície
ela ou ela escorre (runoff) ou infiltra no solo. A taxa de
infiltração varia com a estrutura do solo e com a quantidade
de água que o solo j[a contem. Os solos tendem a permitir uma rápida
infiltração quando ainda não estão saturados,
mas esta taxa é reduzida consideravelmente quando os solos se aproximam
da saturação. No ponto de saturação a taxa
de infiltração terá um valor mínimo (1 cm por
hora no caso presente) enquanto pode chegar a 8 cm/hora quando o solo está
seco. Estes valores dependem do tipo de solo: solos arenosos podem ter
uma infiltração mínimo de 2 cm por ora e solos argilosos
de 0.1 cm/hora. O fluxo de infiltração é
definido por uma taxa (ou velocidade, em cm/hora) informada ao modelo
por uma variável loockup que relaciona a taxa de infiltração
com a quantidade de água que o solo já tem. Esta velocidade
é então multiplicada pela área da bacia para gerar
o volume de água que é permitido infiltrar em cada intervalo
de tempo.
Percolação
Percolação se refere a transferência de água do solo para o aqüífero mais profundo (reservatório de água subterrânea). Esta taxa de transferência é muito baixa quando existe pouca água no solo e aumenta para um valor máximo (igual a infiltração) quando o solo está saturado. Assim, quando o solo esta saturado a percolação é igual a infiltração. A percolação, como a infiltração depende também da textura e da porosidade do solo. Por isso estes processos não devem ser alterados independentemente. também neste caso será usada uma loockup que relaciona a taxa de percolação com o conteúdo de água do solo.
Descargas
Na bacia, sub a superfície, a água flui lateralmente através do solo e das partes mais profundas do aqüífero, das regiões de maior elevação para as de menor elevação onde o canal do rio está localizado. Estes fluxos formam o que é chamado de fluxo base – que é o fluxo do canal durante os períodos secos.
Neste modelo, que é em parte baseado
em uma bacia real, o fluxo base é fixado em 7200 m3/hora. Assim
a soma das descargas do solo e do aqüífero corresponde a este
valor. 95% deste valor corresponde a água do aqüífero
e 5% do solo. Estes fluxos são um típico processo de drenagem,
calculados pelas quantidades no compartimento multiplicada por uma taxa
(proporção).Esta taxa é simplesmente o fluxo base
(multiplicado por 0.95 ou 0.05) dividido pela quantidade inicial nos compartimentos.
Runoff (escorrimento)
Quando a quantidade de chuva que cai na superfície é maior do que o fluxo de infiltração ela acumula e forma uma lamina de água que é capaz de escorrer na sobre a superfície. A velocidade com que ela escorre para o canal e função de vários fatores, como a inclinação, espessura da lamina de água, distancia a percorrer e rugosidade da superfície). A rugosidade das superfície varia bastante, sendo elevada para superfícies com cobertura vegetal e baixa para superfícies pavimentadas. A distância a percorrer é função da densidade da rede de drenagem, quando mais afluentes houverem menor será a distancia a percorrer.
Neste modelo se considera um coeficiente
de drenagem k, que reflete o efeito combinado dos fatores mencionadas acima.
Streamflow (fluxo no canal do rio)
Streamflow é equivalente a taxa
volumétrica de água que flui canal abaixo até a saída
da bacia. Este fluxo pode variar com fatores como a inclinação
do canal, rugosidade do leito, forma do canal. Neste modelo se considera
o streamflow como um processo de drenagem cujo fluxo volumétrico
é função da quantidade de água que existe no
canal do rio, mas isto pode não ser estritamente verdadeiro. Quando
a água atingir o nível máximo, ultrapassa a borda
e se espalha nas áreas adjacentes que normalmente são cobertas
por vegetação (ou construções). Estas áreas
são normalmente compostas por superfícies de alta fricção
o que diminui a velocidade da água. Isto significa que quando o
rio transborda a taxa de vazão pode diminuir o que prolonga a enchente
e aumenta o nível de água na superfície.
O Modelo
Compartimentos
subterrânea= INTEG (+percolação-Descarga2,
initSubterranea)
~ m*m*m
Solo= INTEG (+infiltração-Descarga1-percolação,initSolo)
~ m*m*m
Sperficie= INTEG (+ppt-infiltração-Runoff,0)
~ m*m*m
Rio= INTEG (Descarga1+Descarga2+Runoff-Stream,InitRio)
~ m*m*m
chvaTot= INTEG (ppt1, 0)
~ mm
iniTSuperficie = 0
initSubterranea=Aq_espessura*Aq_porosidade*área
~ m*m*m
InitRio= 100.000
~ m*m*m
initSolo=CapacSolo*0.5
~ m*m*m
Runoff= Sperficie*k_runoff
~ m*m*m/hora
Stream=Fluxo_base*Rio/InitRio
~ m*m*m/hora
percolação=área*f_percolação*0.01
~ m*m*m/hora
Descarga1=Fluxo_base*0.05*Solo/initSolo
~ m*m*m/hora
Descarga2=Fluxo_base*0.95*subterrânea/initSubterranea
~ m*m*m/hora
infiltração=IF_THEN_ELSE(Sperficie>área*f_infiltração*0.01
, área*f_infiltração*0.01 , 0)
~ m*m*m/hora
ppt=Chuva*0.01*área
~ m*m*m/hora
ppt1=Chuva*10
~ mm/hora
k_runoff=0.4
Aq_espessura= 20 (espessura
do aqüífero)
~ m
Aq_porosidade=0.1
área= 8e+008 (área
da bacia)
~ m*m
Fluxo_base=7200
~ m*m*m/hora
espessuraSolo=2
porosidadeSolo=0.1
f_percolaTAB([(0,0)-(1,0.05)],(0,0),(0.1,0),(0.2,0.0015),(0.3,0.003),(0.4,0.0065),(0.5,0.01),(0.6\
,0.02),(0.7,0.0315),(0.8,0.043),(0.9,0.049),(1,0.05))
cm por hora em funcao da quantidade de
água que o solo ja tem
Simula uma tempestade com duração de 9 horas e um máximo de 26mm por hora
Chuva= ChuvaTab(Time)
~ cm/hora
AlturaAguaSuperf=Sperficie/área
~ m
CapacSolo=área*espessuraSolo*porosidadeSolo
~ m*m*m
f_infiltração=f_infiltTAB(Solo/CapacSolo)
~ cm/hora
f_percolação=f_percolaTAB(Solo/CapacSolo)
~ cm/hora
|
FINAL_TIME = 72
~ Hour
INITIAL_TIME = 0
~ Hour
SAVEPER = 0.1
TIME_STEP = 0.03125
~ Hour [0,?]
~ The time step for the simulation.
Testar o modelo
Se o modelo estiver correto o fluxo de
água do rio (Stream) e a chuva devem apresentar comportamento como
o do gráfico acima. O fluxo de água no rio chega ao seu volume
máximo algumas horas após o pico de chuva.
Experimentos
1. Mudando o tamanho do armazenamento de
água do solo e o subterrâneo
Mude a espessura da camada de solo de 1 para 2 e para 3 metros, faça as simulações e compare o fluxo stream de cada caso. Se for necessário plote gráfico de outras variáveis para explicar o que aconteceu. Faça a mesma coisa com o reservatório de água subterrânea, mudando sua espessura. Neste modelo uma maior espessura do reservatório de água subterrânea corresponde a um maior relevo topográfico na bacia que poderia também afetar outros fluxos, mas este processo não será analisado agora.
2. Mudando a cobertura vegetal da bacia
Altere o parâmetro k_runoff para simular o efeito de cobertura vegetal em diferentes estágios. Varie k_runoff de 0.01 a 0.1 e a 1.0 e plote os gráficos do fluxo stream correspondente. Uma vegetação densa corresponde a um k_runoff menor e uma superfície descoberta a maiores k. Note que não estamos mudando nenhuma propriedade do solo e portanto essas alterações não correspondem a pavimentação do solo.
3. Pavimentando a bacia
Este experimento se relaciona ao problema de muitas bacias urbanas onde o desenvolvimento urbano leva a uma cobertura maior do solo com camadas impermeável de asfalto, concreto ou construções. A primeira alteração a fazer é o parâmetro k_runoff que deve ser fixado em 1 para representar uma superfície lisa quase sem cobertura vegetal. A proxima mudança envolve a infiltração. Isso pode ser feito dividindo-se a variável f_infiltração por 2.5. Explique os resultados obtidos e compare com os do experimento anterior.
4. Diferentes tempestades
A simulação padrão
corresponde a uma chuva de 105 mm em 10 horas. Investigue o que aconteceria
se esta mesma quantidade chovesse em um período menor usando os
seguintes valores para a tabela de chuva
(10.0, 0.00), (10.2, 1.00), (10.4, 3.00),
(10.6, 7.50), (10.8, 9.45), (11.0, 9.90), (11.2, 9.45), (11.4, 7.50), (11.6,
3.00), (11.8, 1.00), (12.0, 0.00).
Para uma chuva mais suave e longo use a seguinte tabela:
(10.0, 0.00), (13.0, 0.38), (16.0, 0.38), (19.0, 0.38), (22.0, 0.38), (25.0, 0.38), (28.0, 0.38), (31.0, 0.38), (34.0, 0.38), (37.0, 0.38), (40.0, 0.00).
Explique os diferentes resultados causados
por estes tipos de chuva.